Há um saber que não grita,
ele sussurra.
Não nasce da mente apressada
nem do ruído do ego,
mas do fundo —
onde o tempo desacelera,
o instante se amplia
e a verdade respira sem forma.
A intuição não explica,
ela reconhece.
É o toque sutil do Eu Superior,
essa consciência mais alta
que não reage —
orienta.
Ela fala antes do pensamento,
alinha o coração
e revela caminhos
que os olhos ainda não aprenderam a ver.
Ouvir o coração
não é seguir impulsos,
é recordar a própria essência.
É permitir que o Eu Superior
assuma o leme
enquanto o ego silencia.
Uma bússola antiga,
eterna,
afinada com quem somos
quando cessam as defesas
e a presença se instala.
Dentro, há um eu que observa o eu.
Mais alto.
Mais lúcido.
Mais inteiro.
Ele não disputa espaço,
não exige controle,
não pressiona decisões.
Ele espera —
com paciência infinita —
até que o ruído interno se dissolva
e a escuta verdadeira aconteça.
Quando esse diálogo se estabelece,
o mundo muda de densidade.
O excesso perde força.
O acaso ganha sentido.
E a vida, antes reativa,
passa a responder
com sincronicidade.
Enxergar além
não é fugir da realidade,
é habitá-la por inteiro.
É viver o momento presente
com consciência ampliada,
onde escolhas nascem do alinhamento
e não do medo.
Onde cada gesto carrega
verdade,
coerência
e direção.
Há, em cada um,
uma identidade que não envelhece,
não se fragmenta,
não se perde.
Ela observa em silêncio,
ama sem condição
e guia sem impor.
Esse é o Eu Superior —
não acima de nós,
mas através de nós.
E quem aprende a escutar essa voz
não anda perdido —
anda guiado.
Não reage ao mundo:
co-cria.
Não busca fora:
recorda.
E ao lembrar quem é,
expande.