Jairo Cícero

A Ponte Que Se Estende

 
Nos passos que damos, na rua e no lar, 
Há faces que cruzam, histórias a encontrar. 
Vizinho que acena, colega a passar, 
Um universo humano, um elo a formar.
 
 
Silenciosa, a arte de estender a mão, 
Sem alarde, sem busca de glória ou razão. 
É ver no semblante um peso a carregar, 
E a chama da ajuda, em si, despertar.
 
 
Não pesa o que se dá, mas o quanto se sente, 
A empatia que floresce, um amor presente. 
Pequenos gestos, palavras de luz, 
A ponte que une, que almas conduz.
 
 
E o ciclo se fecha, num doce refrão, 
Ao ver que a corrente não tem direção. 
Pois quem se dispõe, de alma a doar, 
Também é tocado, também vai ganhar.
 
 
Na força que volta, no amparo que vem, 
Daqueles que um dia, também fizeram o bem. 
Essa teia invisível, de afeto e de paz, 
É a grande beleza que a vida nos traz.