Você não percebe, mas a sua família está tão, tão preocupada com você. Eles não falam na cara, mas você não viu? Suas feições estão tão, tão baixas.
A fumaça ardia meus olhos, adoeceu meus pulmões, e minha cabeça abaixa à procura de guardar o ar que resta.
O tempo quebrou, o calendário parou, o relógio, as festas. Me diz o que resta na linha tempo, principalmente depois de ter falado tanto que pra tudo tinha um momento.
Porque eu só penso em como fazer os ponteiros voltarem a girar outra vez. A última vez, outra vez, para estar com vocês, vendo o tempo girar com você.
E agora, quanto mais o tempo passa, não entendo o sentindo de aniversários, Natal ou Páscoa. Terminei esperando a ação de graças.
Você me acalmava dos pesadelos, dizendo que não há nada real aqui. Que escolhas cruéis eram coisas de vilões e heróis da TV.
Agora responda: por que tenho que escolher entre eu e você? Por que não me acalma garantindo que você mesmo se salva?
E eu nunca vou querer retornar, mas vou passar tantas noites pensando em te tirar daqui. Isso é de longe a coisa mais injusta e dura que eu vivi.
Porque você podia me salvar e não posso fazer por você no fim? Porque querer basta por você e não por mim?
Você disse que nós zombamos de você, mas sua dor zomba de nós.
E o cheio da fumaça é tão tóxico que denúncia o incêndio dentro de mim, e isso é tão ardente, é tão visível, que anuncia a todos que estou aqui.
Você disse que perdeu muitas noites de sono quando eu nasci. Mas quando você sempre dormia, eu não consegui; a fumaça não me deixa a sós depois de ti.