O Grito no Mato
Era uma noite escura e silenciosa no mato, apenas o som dos insetos e o farfalhar das folhas quebrando o silêncio. Os amigos de Albelírio, Mariano, Aparecido, Lulu e Divininho Pescador, estavam caçando perto do Lago da Onça, mas dessa vez Albelírio não pôde ir, estava com uma dor no estômago que não passava.
Mas, alertou os amigos para fazer como sempre faziam, \"Não se aproximem das três cruzes perto do lago da onça\", havia alertado Albelírio. \"Lá, um Jacaré com olhos de fogo aparece e grita igual gente. Ele é encantado, some como relâmpago.\"
Mas os amigos não acreditaram. \"É só uma lenda\", disseram. E seguiram em frente.
Quando a noite caiu, eles se sentaram em torno de uma fogueira, tentando se aquecerem do lado que o senhor Albelírio disse para não ficarem. De repente, um grito ecoou pelo mato, o mato balaçou, todos sentiram calafrios. Era um som humano, mas não era humano.
\"O que foi isso?\", perguntou Lulu, tremendo.
\"Será que é o Jacaré? \" Mariano, tentando manter a calma. \"Vamos embora daqui.\"
Mas era tarde demais. O Jacaré apareceu ao lado de uma moita, seus olhos brilhavam como fogo no escuro. Ele gritou novamente, e os amigos se cobriram de medo.
O Jacaré sumiu tão rápido quanto apareceu, deixando os amigos em pânico. Eles correram para longe do lago, mas não antes de ver um buraco no lugar onde as cruzes estavam. Fumaça saía de dentro, e eles sabiam que não estavam sozinhos no mato.
\"E agora?\", perguntou Aparecido, ofegante.
\"Vamos voltar para casa\", disse Divininho Pescador. \"E nunca mais voltar aqui.\"
E assim, os amigos se retiraram, com o som do grito do Jacaré ainda ecoando em seus ouvidos.
O Que Aconteceu Depois
No dia seguinte, os amigos contaram a Albelírio o que havia acontecido. Ele apenas sorriu e disse: \"Eu avisei vocês.\"
\"E o que é aquele buraco?\", perguntou Mariano.
\"É um portal para o mundo dos espíritos\", respondeu Albelírio. \"O Jacaré é o guardião. Vocês tiveram sorte de escapar.\"
Os amigos se olharam, sabendo que nunca mais iriam caçar no mato sem Albelírio.
E o grito no mato ficou como uma lenda, contada em voz baixa, para não acordar o Jacaré.