Vitória Pac

Flor de plástico

Uma cama bagunçada,
janela meio aberta,
e uma fenda por onde a luz
atravessa.
Eu observo a noite,
sentada sobre esse chão frio.

Minha mente vagueia distante,
afogada em sentimentos.
Me vejo patética e pequena
dentro dessa caixa quadrada,
sem um propósito claro.

Meus pensamentos obscurecidos reaparecem
e, perdida em algum lugar em mim,
eu me encontro.
Se chorar alivia,
o que dizer desse mar
do qual estou me afogando?

Será que sou uma flor de plástico?
Por que não sinto nenhuma
evolução acontecendo,
enquanto Deus gasta Sua
preciosa água em mim.

Me diga: quando as coisas
começam a fluir?
Pois já se passa mais um ano,
e estou ficando desesperada
pra saber quando vou me tornar
alguma coisa
e fugir dessa ideia
maldita que tenta me consumir.

Talvez minha superficialidade
seja o mais profundo que posso ser.

Então, quanto tempo até eu sair
desse lugar?