Para mim o pedal não é um hobby
Nem um meio de transporte
É mais que um esporte
É um estilo de vida
Que me faz forte.
Sobre duas rodas me equilibro
Força, vontade e fé
Já na saída
Elevo uma prece a Deus
Sigo em frente
Na confiança que ele cuida dos seus.
Contemplando a obra do Criador
Em cima da bike eu posso:
Pedalar com meu amor,
Curtir com os amigos,
Estar só, mas não sozinho,
Ou descompassado de alegria
Tendo a filha por companhia
Sinto o atrito do pneu colado
No chão preto e queimado
Mas do asfalto saio apressado
É por estrada de terra
Que aventura começa...
Solo batido
Onde o Strava me leva
Quero caminhos inexplorados,
Rotas perdidas,
Já quase esquecidas.
A vezes encontro o perigo
Corro, rezo e prossigo
Cruzando matas e rios
Por estradas, montanhas ou serras
Molhando-me na aguas do ribeirão
Contemplando a beleza da natureza
Entortando o pescoço
Para olhar a cachoeira
Aguas que do céu caem ao chão
Sigo em frente
Deixando o rastro dos pneus.
Vejo uma capela a frente
É lugar sagrado
Faço uma pausa
Para oração.
Dias de sol a minha pele a queimar
Quero um copo de agua
Pra minha sede matar
Elevo os olhos ao céu
Esqueço a adversidade
E me permito voar.
Há os que me chamam de louco
Sinceramente eu sinto um pouco
Sou feito de carne e osso
Ah se um dia eles pudessem ver!
A alegria estampada no meu rosto
No final de um percurso
Talvez mudariam de opinião
Notariam a paz que a bicke me traz ao coração.
Corpo sujo, suado,
Alma lavada
Chegar em casa cansado
Ter até mesmo um joelho ralado
Encontrar a família bem...
Não tem preço!
A Deus agradeço
Quero um banho de chuveiro
E uma cerveja gelada
Afinal, eu mereço.
Por: Pedro Trajano de Araujo
Ana Beatriz Pansonato de Souza
30 de Agosto 2020