Tô tentando te dizer,
te mostrar
essa pressa e essa angústia de saber,
de sentir e não poder falar.
Tenho mordaças na minha boca.
Tô presa.
Quero me livrar disso,
desse sentimento que dilacera meu peito,
condena minha alma
e rouba a minha calma.
Tô correndo contra o tempo,
procurando a saída.
Quero estancar essa ferida.
Não quero ser esquecida.
Quero sair do labirinto,
mas sinto que não há saída.
Não tem escapatória.
Não há vitória.
Ela foi mais rápida.
Me encontrou, me feriu e levou minha vida.
E eu sei: não tem como sair do labirinto sem correr, sem andar, sem respirar.
Parece que vão
me tirar daqui sem vida.