ondavida amar

Entre a Ardósia e o Vento

Onde andarás, meu bem?

Por que caminhos pousaram teus pés?

Que riachos banharam teu ventre e teus seios?

E, à noitinha… onde descansa a tua cabeça?

Que murmúrios embalam teus sonhos

Por onde viajam, e que procuram

 

Uma luz acende tua janela

nas colinas da montanha escura.

Cintilante, ilumina teu rosto:

lábios esfumados de Monalisa,

olhos cristalinos, estilhaços de quietude.

 

Quem me dera ser vento,

galgando montes e vales,

para entrar pelas frestas da vidraça

e me aninhar no calor do teu corpo.

 

Juntos seríamos um só, dissolvidos em ardósia;

juntos, silêncio e quase nada.

E, na manhãzinha, renasceríamos:

pássaros a planar no alto