Há algo em mim que te chama
antes mesmo de tocar tua pele.
É um fio invisível, tenso,
que puxa tua respiração
um pouco mais fundo,
como se meu nome fosse um comando
que teus sentidos já aprenderam.
Eu me aproximo devagar,
não com pressa,
mas com a certeza
de quem sabe conduzir um vendaval
com apenas um olhar.
Minhas palavras te cercam,
como mãos que não encostam,
mas marcam.
E você sente — mesmo sem ver —
a promessa de um domínio firme,
seguro, quase perigoso,
que desperta aquela parte tua
que só acorda quando alguém
te lê por dentro.
Não preciso te tocar
para guiar teus passos.
Basta minha voz
roçando tua alma,
basta meu silêncio
apertando o ar ao teu redor.
Você sabe:
há algo em mim
que pede tua rendição suave,
não pela força,
mas pelo desejo de entregar-se
a alguém que entende
cada curva do teu mistério,
cada sombra da tua vontade.
E quando teus pensamentos
se ajoelham primeiro,
o corpo segue sem hesitar.