Iam cadit caelum, fulgor olim clarus, /Já cai o céu, fulgor outrora intenso,
Deorum voces in silentio iacent, /As vozes dos deuses jazem em silêncio,
Et sacra templa fracta ruunt repente, /E os templos santos ruem sem alento,
Umbrae regnant ubi lux erat ignarus. /Sombras reinando onde era o claro imenso.
Mortales surgunt, vacui sed amari /Mortais se erguem, vazios, mas suspensos,
Sub caelo vasto, sine numine stante, /Sob vasto céu, sem nume, sem sustento,
Et spes vetusta fugit in instante, /E a velha esperança foge num momento,
Finis Deorum, orbis totius fari. /Fim dos Deuses, do orbe o duro senso.
Non resonant iam carmina sacra, /Não ressoam mais cânticos sagrados,
Non fulget ara, nec ignis manet, /Não brilha o altar, nem fogo ali persiste,
Solus homo sub nocte stat acerba. /Só o homem fica à noite condenado.
Terra tremit, caelum ruens labra, /Treme a terra, o céu desaba em prados,
Et vox ultima ventis sonat, /E a última voz nos ventos se assiste:
Finis Deorum aeternum celebra. /Fim dos Deuses eterno é celebrado.