Belzebu Yhwh

Sonetus de Fine Deorum

Iam cadit caelum, fulgor olim clarus,  /Já cai o céu, fulgor outrora intenso,  
Deorum voces in silentio iacent,  /As vozes dos deuses jazem em silêncio,  
Et sacra templa fracta ruunt repente,  /E os templos santos ruem sem alento,  
Umbrae regnant ubi lux erat ignarus.  /Sombras reinando onde era o claro imenso.  

Mortales surgunt, vacui sed amari  /Mortais se erguem, vazios, mas suspensos,  
Sub caelo vasto, sine numine stante,  /Sob vasto céu, sem nume, sem sustento,  
Et spes vetusta fugit in instante,  /E a velha esperança foge num momento,  
Finis Deorum, orbis totius fari.  /Fim dos Deuses, do orbe o duro senso.  

Non resonant iam carmina sacra,  /Não ressoam mais cânticos sagrados,  
Non fulget ara, nec ignis manet,  /Não brilha o altar, nem fogo ali persiste,  
Solus homo sub nocte stat acerba.  /Só o homem fica à noite condenado.
 

Terra tremit, caelum ruens labra,  /Treme a terra, o céu desaba em prados,  
Et vox ultima ventis sonat,  /E a última voz nos ventos se assiste:  
Finis Deorum aeternum celebra.  /Fim dos Deuses eterno é celebrado.