Em desenhos que as nuvens mostram vemos ilusões
No destaque que o sol exige acima do horizonte, o aplaudimos
E com olhos lubres, o luar é nossa testemunha.
Ditamos pensamentos sem rascunhar sentimentos
Perdendo no tempo longas braçadas de pouco avanço.
Nos perdemos em peças teatrais fulgazes e sem agenda sendo por vezes platéia ou atores
Rimos por conveniencia ou choramos lágrimas que não deixam rastros.
Alimentamos nossos lobos insaciaveis e doentes
Como estamos longe de saber o que realmente importa ou o que queremos
São poucos momentos que nossas almas brilham como entidades supremas
E logo caem na imundicie barrosa onde se misturam voltando a ser NADA.
Arthur de Mello Noos