Discuto comigo, às vezes,
por ainda notar as tantas dores de um desabraço.
Mas discuto também pela ausência
do deguste dos cafés,
ou da sensação prazerosa dos meus pés em outros pés.
Li os inteiros do perdoando e do perdoado,
a inquietação da presença da ausência,
o respirar do ressurgir da revivência,
e os cernes do desejo desejado.
E, outra vez desejei...
Desejei
deslembrar os ajustes do tempo,
de qualquer andamento,
e, na maquinação melódica do pensamento,
descobrir-me o libo
de alguém;
estar “naquele lugar” — de dengos —,
bolinando os sentidos,
experimentando
a sensação poética do inebriar-me
daqueles odores, sussurros e gemidos;
olhar um olhar
que me descreva o luar — em silêncio —
ao meu (des)entendimento,
o momento
de uma farra a dois,
e saber que, docemente, os meus “eus”
são seus,
e que os teus “vocês”
são meus.