Sezar Kosta

A LINHA INVISÍVEL QUE SUSTENTA OS AMORES

Há dias em que esperamos mais do que recebemos.

Esperamos braços mais longos,

vozes mais suaves,

gestos que nos envolvam como véu.

 

Mas o amor não nasce da espera —

nasce daquilo que oferecemos sem medida.

 

A “Gentileza Honesta” é uma linha invisível,

daquelas que costuram a alma sem que a gente perceba.

É um toque que não pede retorno,

uma atenção que não pesa,

um cuidado que se deita devagar sobre o outro.

 

Há quem pense que gentileza é gesto pequeno.

Engano.

Ela é ponte, é relâmpago manso,

é o lugar onde o coração repousa.

 

Quem a pratica deixou de ser apenas companhia

e se tornou presença.

E na presença verdadeira há sabedoria —

aquela que nasce do desejo simples

de amar o outro como se ama o próprio silêncio.

 

A gentileza dá forma ao dia,

determina o clima da casa,

afina os contornos do coração.

 

Vale ser gentil honestamente.

Vale porque é assim que o amor se sustenta

— não nos grandes feitos,

mas na maciez do que nasce todos os dias.