A gente se encontrou na tela, na luz azulada. Uma rede de afeto tecida, descontraída e ousada. Horas de áudio, textos que se estendiam pelo dia, Criando a ilusão de que a distância não existia.
Era o mapa virtual que ligava nossos pontos, Uma intimidade rápida, sem erros ou confrontos. Eu arquivei todas as fotos, cada print do momento, Construindo um futuro apenas no pensamento.
Mas a vida real tem a urgência da bateria fraca, Onde o toque é físico e a promessa não se destaca. Você estava em outra timeline, com um feed diferente, E a nossa conexão, no fundo, era só intermitente.
Não foi briga, nem falha de hardware ou de sistema, Apenas o inevitabilidade do nosso dilema: O algoritmo falhou em prever a desatenção, E você simplesmente parou de enviar a notificação.
Hoje, meu celular silenciou, não há mais o aviso, E eu sou apenas mais um contato arquivado, sem aviso. A gente foi um match de verão, uma história pra story, Que expirou rápido demais, deixando só a memória.