NÃO QUERO MUDAR-ME
Estou a vender a minha casa!
Mesmo agora que o telhado
Do outro lado da rua
Tem como enfeite folhas de duas palmeiras,
Que daqui percebo – despontam-se e crescem.
Surpreso me ponho!!
O tempo cresce aquelas palmas,
O tempo decresce o meu tempo.
Aquele telhado doutro lado da rua, já me é querido
Justamente quando a vender a minha casa,
E a nossa comunhão nosso diálogo
Transferidos serão para outra paisagem.
Encontrarei, ali, outro telhado em sua memória?
Pressinto – não me quero mudar...
O sossego e a placidez daquele telhado que antes me intimidavam
Trazem-me agora tranquilidade e transcendência.
Ele não me atinge mais com
solidão,
Vejo nele símbolos e sinto ímpetos
De tranquilidade e paz.
Tangará da Serra, 01/12/2025
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