Carrego nos ombros um tempo que pesa,
um ontem que grita no peito fechado.
Fui criança sem zelo, sem asas,
fui voz apagada num mundo calado.
Cresci desenhando esperanças ao vento,
tecendo futuros que pouco chegaram.
Mas sigo criando, e a cada momento,
meus versos são muros que nunca desabam.
E mesmo que o medo me cerque o caminho,
a dor me recorda do que já perdi,
eu sei que em mim pulsa um fogo escondido
Meu brilho renasce e começa se expandir.