Eu vejo gatos pretos rindo de mim
Eles continuam me encarando na rua
Olhos que atravessam minha alma, todos eles já me sentenciaram
Se a dor fosse algo belo, seria igual lírios no campo
Sobrevivendo na base da aspirina, não ferra comigo, eu já tô nessa faz tempo
Então vai queimando dentro da minha garganta
Meu estômago se contorce, enquanto eu vivo o meu próprio delírio
Estou me arrastando dentro desse cemitério
Perdi o meu trajeto, perdi a minha virtude
Corroendo dentro da sua alma, esse veneno é asqueroso
Garota, há coisas demais para você saber
Por trás desses olhos há muitas cicatrizes para você ver
Me tire da escuridão, me tire da constipação
Me afaste de mim mesmo
Me diga que me ama quando eu sempre soube que era mentira
Já faz muito tempo que estou pedindo para parar
Sou um erro dentro da malha fina
E vai quebrando todos os meus ossos
Um grito no escuro que ficou mudo
Eu não vou virar eles, nenhum deles, por que continuam rindo de mim?
Estou com essa espada atravessada no meu peito já faz tempo
Então faça o meu sangue parar de escorrer
Pois tudo que sobrou foi minha própria risada seca...