Jotta

PRETO DE SOCIAL

Por que ainda de terno e gravata a cor da pele grita mais alto,

pro playboy com a farda atirar na minha carcaça.

 

E morto eu caio em qualquer lugar,

a favela precisa de um leito pra cair viva,

e não do leito de esquina... do SUS largado.

 

Sonhei! Sonhei! Sonhei!

com os milhões que mudariam a história da família

que sem estudo desconstruída continua construindo o país.

 

E na força do ódio acordei!

e fui pra garoa com meu social

e fazer social

pra infiltrado na high society matar o patraozinho.

 

Minha carne é mais barata,

de carvão e pedra diamante,

não é nessa carcaça que encontro meus semelhantes.

 

Não é tentando fazer rap

é tentando dar vazão a tudo que transborda do coração

Também não é tentando ser patrão

já que o sonho é o sapê e o verde do gramado como já disse Pedro Paulo.

 

É tentando dar futuro, pra todo sonho guardado

enfurnado e ainda enclausurado na senzala que tá na mente do meu povo, na raiz de quem fomos,

da história que passamos,

da herança dos guerreiros.

 

Liberdade eu grito!!

 ao meu eu algemado.

Sirenes por todo lado,

e não tão vindo me salvar...

Melhor ficar esperto e aprender,

antes que por um vacilo os PM me meta tiro,

e na sarjeta me deixem morrer...