ACABOU DE NASCER UM POEMA
distraidamente,
a velha caneta começa a esculpir as palavras.
lentamente,
como que às apalpadelas
e o papel atreve-se a sorrir
para elas.
a certa altura,
não é certamente assim que se faz literatura,
páro e leio o que está escrito
mas não grito,
não comento,
não falo.
algumas palavras voam com o vento,
outras continuam no papel.
eu continuo impenetrável.
distraidamente,
a velha caneta continua a esculpir as palavras.
a certa altura, de repente,
pára.
está a acontecer!
não quero prisão nem algema...
acaba de nascer um poema!