Como são tolos esses ratos
Vivendo das migalhas que eu recuso;
Dormindo nas frestas mais sujas dos muros;
Brigando pelo mais diminuto dos espaços;
Como são ridículos esses ratos
Que não tem ambição;
Que não tem vocação;
Nem mesmo compaixão.
Como são loucos esses ratos,
Que me cobrem no frio da noite;
Que mastigam meu jantar;
Que falam em meus ouvidos
Enquanto roem minhas orelhas.
Que irrante é esse rato
Que cava em meu peito
Buscando respirar.