Estou à margem da estrada da vida,
Esperando que do meu inconsciente
Surja a rota esquecida,
Talvez eu cesse a queixa persistente
Do mundo que me fere e me duvida.
Meu eu profundo já não me responde,
Às vezes chamo, mas ele se esconde.
Nem os pronomes traduzem meu tormento,
Nem o silêncio acalma o pensamento.
Poetas mortos? Vozes caladas.
Seus versos jazem em prateleiras empoeiradas,
De bibliotecas quase abandonadas.
Poucos param para ler,
E mesmo o que se paga pra ver
Nem sempre vale o prazer.
Não se julga um livro pela capa,
Mas há capas que enganam com estampa.
E há verdades que ninguém escapa.