Victor Gomes Soares de Barros

A Libertação

No início, eras incrível

Nem sei o que, por ti, eu sinto mais

Pois, de fazer muitas besteiras, tu foste capaz

Destruindo minha confiança em ti

Quantas vezes me perguntei

Se ganho mais te perdendo ou contigo ficando

Pois não és mais aquela pessoa que acabei me apaixonando

Pedes-me perdão, mas, no dia seguinte, tudo volta a se repetir

 

Mudaste tão rápido

Como, quando e onde aprendeste a, tão bem, me manipular?

E tua boca? Também elogia ou só sabe criticar?

Diante de minha singeleza, fazes de mim tua marionete

Não consigo entender

Pra que tantas crises de ciúme?

Por que teu amor é faca de dois gumes?

Pois de mim cuidava e, agora, a feridas me submete

 

Que amor doentio!

És o regador que água o pomar, a horta

Mas és, também, a tesoura que, violentamente, poda

As mais lindas folhas de esperança que tanto cultivo

Finalmente abri meus olhos

Passei muito tempo achando que isso, um dia, teria solução

Mas é hora de me priorizar, denunciar toda essa agressão

E ir em busca de ajuda, de um novo abrigo

 

Meu bem-estar é, finalmente, prioridade

Vou cair fora sem sequer fazer despedida

Pois cuidar da mente é cuidar da própria vida

E já cansei de mascarar profundas cicatrizes e disfarçar terríveis dores

Aos poucos recuperarei minhas forças

Desse ciclo de violência, eu vou me libertar

E, como uma pequena e destemida abelha, outra plantinha polinizar

Pois, na roseira do teu amor, há mais espinhos do que flores