Que teus lábios me encontrem essa noite,
amargos e aveludados, doces e calcinados;
e despejem em mim toda dor, choror e rancor
que o mundo te causou.
Serei forte, prometo, e carregarei teus temores
até ao rio; lá, onde tudo corre, correrão nossas lágrimas
apenas para serem colhidas outra vez
por tuas mãos vacilantes.
E os meus joelhos trôpegos hão de se firmar
na rocha de nossa confiança; nos fartaremos de riso,
e o vinho não faltará à nossa taça: um só corpo,
um só coração.