Anna Gonçalves

O animal que escreve as estranhezas

O que me define como matéria animada? 

O que significa estar vivo e ser um ser vivo? 

Não sei ao certo,

Se é a célula em sua formação no centro das mitocôndrias,

O espírito que avança 

Ou o verso ainda disperso deste universo

                  [ um espaço entre os neurônios que nem a ciência identifica com clareza]

 

Temos vários termos...

Biologicamente a vida é carbono e água, genética e metabolismo... 

                   [ Organismo que se observa, uma espécie que se reinventa]

Animal que escreve versos sobre ser um animal

Filosoficamente me traz à dor e à loucura 

Mas um aprendizado crucial, habitar minha própria pele como território estrangeiro, 

Enquanto ouço vozes coletivas que percorrem nas minhas veias...

 

Espiritualmente? Segue como uma jornada eterna da alma que trabalha em seu próprio despertar 

Talvez a verdade não precise de palavras 

E no fim, o que sei? 

Neste momento, aprimoro a arte de ser eu mesmo,

O aluno que tropeça no próprio exemplo, 

A sociedade que me reflete e me contorce 

 

A vida é ser um ser vivo não vem com manual de sentindo, 

Talvez!? Talvez não... 

A vida é esse encanto;

O mistério que acolho,

O simples que faço quando deixo de questionar 

e simplesmente respiro,

existo, amo, vivo.

 

No final, a grande sabedoria pode ser esta ironia

buscar menos respostas, 

agir mais com o coração 

viver a pergunta 

e parar de tentar decifrar