Tu me deste saudades novamente,
Presente frio e desesperado.
Não sei se a intenção foi vil,
Mas me deixa desamparado.
Recebi com um sorriso,
Mas agora guardo com um gosto amargo.
Se me dissesse que demoraria,
Não aceitaria tua partida.
Porém, foste na surdina,
Como quem comete um crime
E teme ser descoberta.
A saudade é um lembrete
De como sou inocente.
Acredito em ti — fé tão sublime
Que a crença chega a ser incoerente.
Pois sempre me rendo
À tua presença que prende
No dogma
De que um dia não serás ausente.