Lianadesa

Devedor

Demito-me...de viver.

Abro concordata dos meus sonhos mais valiosos.

Silencio a falência que há tempos habita em mim.

Como um desgraçado devedor respiro o ar poluído da derrota,

Cansado estou desde o dia que corri da felicidade.

 

Na manhã de sol vi lugares desconhecidos,

Voltei para minhas neblinas.

Vergonha há para os que não cansam de invejar os afortunados,

Ver a pobreza dos outros me aflige.

Ainda sinto o palpitar do meu coração

Mesmo sem que eu queira 

Sufocado do dia após dia vive a certeza do esquecimento.

Não há de ser nada ser ninguém.