alexonrm

Dentro e Velado

Meus olhos estão cansados,
Me desculpo ter falado,
Todos os termos apagados,
Quando pensava estar errado.

Estão meus versos de lado,
Todos eles congelados,
Em linhas de papel rasgado,
Ou em termos borrados.

Posso ter algo guardado,
Dentro do cofre lacrado,
Pois mesmo perfurado...
Vai permanecer blindado.

Vai ser uma delícia...
Refazer tanta carícia...
Neste gesto que vicia...
Vendo boas e más notícias...

Vai ser de alegria,
Pois quer que eu ria,
De todas essas gírias,
Sobre flores e malícias.

Com os lábios calados,
Vou parar de ter queixado,
De retratos tão ralados,
Quando podia ter pensado.

Com os vasos quebrados,
Juntei e os deixei grudados,
Com cola de piso raspado,
De onde outros foram deixados.

Posso ter violado,
O antigo cofre blindado,
Com o segredo decifrado...
Em números velhos revelados.

Vai ser uma delícia...
Refazer tanta carícia...
Neste gesto que vicia...
Vendo boas e más notícias...

Vai ser de alegria,
Pois quer que eu ria,
De todas essas gírias,
Sobre flores e malícias.

Talvez eu tenha estragado,
Todo esse ditado,
Com pouco som abafado,
Que era chato...

Mas, tenho pensado,
Em dizer o que está garrado,
Dentro do peito fechado,
Enquanto aqui estou velado.

Vai ser uma delícia...
Refazer tanta carícia...
Neste gesto que vicia...
Vendo boas e más notícias...

Vai ser de alegria,
Pois quer que eu ria,
De todas essas gírias,
Sobre flores e malícias.