JUCKLIN CELESTINO FILHO

ALMA APRISIONADA

Diz a planta queixosa:

Naquele monte nasci,

Entre cardos, espinhos e rosa,

Lírios e orquídeas cresci.

E agora,

Vem tu, senhora,

Em hora incerta,

A liberdade 

Me viola,

Prendendo-me àquele jarro;

Tal artefato de barro,

Quais abrolhos 

Em ilha deserta,

Aprisiona-me a alma,

Assim como a ave

Por Deus criada,

Quando por maldade 

Do homem, que tem nos olhos

E coração uma trave,

Fica presa à gaiola,

Tem a alma aprisionada!