Via de longe o céu e toda sua imensidão.
Via pelas grades os montes e muito além.
Tudo falava em coro: voa, voa, voa azulão,
Nasceste com asas que nem todos tem.
Abriu a gaiola, então pude voar novamente.
Voei alto, voei sobre o lago, lindo, azulado.
Ele dizia para mim: voa, segue em frente,
Visita ipês, jacarandás e canta pelos prados.
Abriu a cárcere. Quem diria? Quem diria?
Passagem livre, sem cercas e fronteiras,
sem solidão, sem trancas, sem barreiras.
Abriu a cadeia. Quem diria? Quem diria?
Chega de canções sem rios e mangueiras,
Sem Tapajós, Solimões e cachoeiras.