Quando a chuva começa a cair,
meus olhos voltam ao tempo,
àquela menina que corria e sorria,
abraçando o céu e o momento.
A água fria que tocava minha pele
era como um abraço de liberdade,
um convite do céu para dançar,
sem medo, sem limites, sem saudade.
Os pingos caíam como notas de música,
ritmo suave no meu coração jovem,
e eu, ali, sob o céu cinza,
me sentia parte de algo maior,
de algo que a alma não consegue explicar.
Meus pés descalços tocavam o chão,
e eu me perdia naquele banho de chuva,
onde cada gota era um suspiro de felicidade,
onde a terra se unia ao céu
e o tempo se fazia eterno na minha pura alegria.
Hoje, ainda ouço a chuva lá fora,
e o coração sorri ao recordar
que aquela menina que amava se molhar
ainda vive em mim, em cada olhar.