Há um peso no peito, um nó na garganta,
um grito calado que nunca se espanta.
O mundo me cobra, me empurra, me arrasta,
e eu, tão pequeno, sufoco na estrada.
As vozes lá fora são ecos de mim,
um turbilhão que não tem mais fim.
Expectativas, promessas, dever…
Mas quem sou eu, se não posso ceder?
As horas me olham, impõem seu ritmo,
e eu corro sem rumo, refém do tempo.
E se eu parar? E se eu falhar?
O medo me abraça sem me soltar.
Mas, entre o caos, um sopro, um alento:
respiro fundo, busco o momento.
Nem tudo é peso, nem tudo é dor;
sou mais que as sombras, sou meu valor.