Envolto em mistérios, ainda ouço a tua voz;
Incerto, mas crente, liberto-te do algoz.
E, numa corrente de amor, prendo-me a você,
Que domina o meu mundo — mesmo após morrer.
Teus choros são águas finais, brandas e serenas,
Que lavam o sangue das tuas vestes tão pequenas
E resgatam a esperança em meio às avalanches,
Umidificando o ar daqueles malditos infames.
Princesa que repousa nos reinos do céu,
Permita-me ver, mais uma vez, o teu véu —
Aquele que a morte jamais te deixou usar.
Saiba: hoje e sempre eu vou te amar.
E, ainda que o mundo me force a te esquecer,
Que o meu coração, distante, consiga te ver.