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Estátua

Escutei sons de trovões na minha janela 
Esqueci o que havia feito, esqueci quem eu aparentava ser 
Alma sem rumo, continua andando e pisando em espinhos 
Querendo conforto, mas esquecendo da dor, não queria ter feito o que fiz 

De joelhos implorou perdão, seu coração amargo se dilacera 
Não acredito que há bons termos, apenas preto e branco, verdade ou mentira 
E eu estive evitando de me afogar dentro da minha culpa 
Sinto muito, querida, não eram para as coisas serem assim 

Sinto o peso das palavras, o peso dos pecados e memórias 
E o acolhimento é nulo, para aquele que nunca mereceu nem merecerá 
Apatia, olhar que adentra o seu subconsciente 
Não consigo limpar as manchas, perdi o controle desde jovem 

Mesmo que cubra o seu rosto
Sinta o seu poder sendo perdido 
Com o resultado da sua carne apodrecendo 
Meus ossos se arrepiam, o meu sangue será o alvejante da minha expiação 

Consegue escutar? Consegue sentir? Não, não consegue 
Estátua dilacerada, peso do tempo, suas mãos tão quebradiças 
Se for perdoado, ao menos, morrerá em paz dentro da sua cova
Enquanto seus olhos se fecham, verá a estátua observando o seu julgamento...