Anna Gonçalves

Amor consciente

Aprendi que... O amor consciente não é um amor perfeito, que parece um sonho e só contém aquele desejo.

Principalmente não é

sobre duas pessoas curadas

que nunca se machucam ou se machucaram.

 

É sobre permanecer.

Presente.

Mesmo quando algo desperta

dor,

incômodo,

desconforto.

 

Quando os dois fazem trabalho interno

o amor ganha um sabor diferente, uma perspectiva e olhar,

a clareza.

Não o gosto doce da confusão.

 

Os joguinhos e estratégias de atenção não existem mais.

As garantias, irrelevantes.

A segurança não se pede,

cria-se em conjunto.

 

A comunicação é honesta

especialmente quando corta, machuca.

Cada um assume suas projeções,

em vez de culpar um ao outro.

Respira.

Escuta para compreender,

não para se defender.

 

Ninguém tenta esculpir o outro.

O foco é apoiar o crescimento

sem se perder no processo.

 

Surge a transferência emocional,

a responsabilidade,

a ternura que não é muleta.

Cada um aprende a se acolher da sua maneira

para que ninguém precise

desempenhar o papel de salvação.

Para salvar o outro.

 

O conflito permanece.

Mas agora é reparo,

não guerra.

É aprender a permanecer conectado

no território árido do desconforto.

 

E o amor consciente se define em...

\"Posso ser quem sou e ainda ser amado.\"

\"Podemos discordar e continuar conectados.\"

\"Acolhemos as diferenças

sem transformá-los em armas.\"

 

Amor consciente não é um achado.

É construção.

Dia após dia.

Presença.

Auto responsabilidade.

A escolha deliberada de crescer juntos

com a consciência

e a verdade

sem verniz.