Abel Ribeiro

Ilusão descendente  

 

A aparência no meu olho veio

É um mero devir do devaneio

Descendência não o torna belo ou feio

E a flor não se planta como centeio

 

A essência é o que vem primeiro

É a igualdade de ser e acontecer

Ninguém é mais pelo nascer

Olhe o espelho e você não vai aparecer

 

A ciência já provou a singularidade

A capacidade e a verdade que mereça.

A vaidade é a mais senil superioridade

Desça do salto, cresça e amadureça.

 

A convivência tá em nós como luz

O nome é obrigação identitária

Sobrenome e cor são refrações que nos conduz

Avente, sem luz a cor desaparece.