Carlos Lucena

PROBLEMA ARITMÉTICO

PROBLEMA
ARITMÉTICO 

O poema é a confusão do pensamento 
Um pensamento confuso
Ora também
Difuso
Às vezes desordenado e sem tema
Em outras claros como o apótema
E em muitas outras indecisos como teorema.

É o primo-irmão da poesia
E esta prima-dona da canção 
Canta o que não deve
Porque nasce como mera ilusão.

E no seu feixe de paralelas
Porque é proporcional
Ao que carrega
Em suas luzes incidentes amarelas
Aos cálculos matemáticos onde navega.

Sei que ele
Com a matemática não se assemelha
Mesmo que ali esteja a métrica 
E como na física, suas chamas se transformam em centelhas 
Será que nele está a aritmética?