Estou entre a morte e a morte,
um corredor sem portas,
onde o ar pesa como chumbo
e cada passo repete o último.
Não há escolha, nem direção,
apenas um eco desfeito
de tudo o que fui —
um vulto cansado de existir.
Os dias passam como sombras
que não sabem mais nascer;
e eu, preso entre dois vazios,
aprendi a chamar silêncio de lar.
Aqui, o tempo não promete nada.
Aqui, até o fim parece distante.
E sigo, sem saber se caminho
ou apenas desmorono devagar.
Estou entre a morte e a morte,
num espaço que ninguém nomeia,
onde viver dói demais,
e morrer… nunca chega.
14 nov 2025 (12:09)