Eu quero chorar, mas não posso fazer isso
Não quero ser tão dramático
Eu quero seguir, mas não posso fazer isso
Porque nunca fui tão prático
Quero me entender, mas não consigo
Porque eu não sou tão didático
Eu quero mudar e me ver, quero voar e subir
Só que eu não sou mágico.
Às vezes me pergunto se sou de plástico
Meu sofrimento é nada mais que tóxico
Impassível, infinito, ilógico, imprático
Não sei também se sou de vidro
Afiado, perigoso, transparente, frágil
Não sei também se sou de ácido
Mas quero derreter até a mente ficar dócil,
Até o corpo ficar flácido,
Até o prazer se tornar ócio,
Até viver se tornar fácil.