A gente sempre arruma tempo
Para aquilo que toca o coração —
um café com quem amamos,
um abraço fora da razão.
O amor não vive de sobras,
nem de minutos cansados,
ele floresce no intervalo
entre dois compromissos apertados.
Há tempo para ouvir risadas,
para cuidar de quem precisa,
para olhar no espelho e lembrar
que o amor-próprio também cicatriza.
Há tempo para dar um pão,
ou um ombro que consola,
para estender a mão sem pressa,
e ver a vida — que se enrola — desatar em coisa boa.
E no meio da rotina apressada,
é nas pequenas coisas que a alma se abranda:
um pôr do sol, uma flor esquecida,
um gesto simples — e a vida se expande.
Porque o tempo, no fundo, se estende
pra tudo o que faz o peito sorrir.
E o que a gente realmente ama,
sempre encontra um jeito de caber aqui.