Antonio Luiz

Lembranças ao Zaimer

“Zaimer” é um vizinho bem próximo

que brada sorrateiro atrás do muro:

não esqueça de lembrar de esquecer!

 

sei de lembranças que só sobrevivem

experimentando o moribundeamento,

talvez por birra, ou paradoxalmente!

 

e quando desempolga uma memória,

feito um coito sináptico interrompido,

eu a pinto logo de rubro — fogo vivo.

 

confesso: temo esquecer do lembrar,

mas esqueço de lembrar de esquecer;

às favas com seus berrinhos – penso!

 

mas ele só conhece a minha cortesia,

se não o trai a esposa, para quem digo:

mande minhas lembranças ao Zaimer!

 

embuste preciso — nunca lhe dei nada;

é só poda, outro galho cortado do dia,

que é para colher fruto bom do tempo.

 

-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 12/11/25 –