“Zaimer” é um vizinho bem próximo
que brada sorrateiro atrás do muro:
não esqueça de lembrar de esquecer!
sei de lembranças que só sobrevivem
experimentando o moribundeamento,
talvez por birra, ou paradoxalmente!
e quando desempolga uma memória,
feito um coito sináptico interrompido,
eu a pinto logo de rubro — fogo vivo.
confesso: temo esquecer do lembrar,
mas esqueço de lembrar de esquecer;
às favas com seus berrinhos – penso!
mas ele só conhece a minha cortesia,
se não o trai a esposa, para quem digo:
mande minhas lembranças ao Zaimer!
embuste preciso — nunca lhe dei nada;
é só poda, outro galho cortado do dia,
que é para colher fruto bom do tempo.
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 12/11/25 –