Arthur Santos

CAIU-ME UM FASCISTA NO PRATO DA SOPA

CAIU-ME UM FASCISTA NO PRATO DA SOPA

hoje de manhã um fascista,

caiu-me no prato da sopinha.

 

usava fato, cachecol e gravatinha.

disse-me o estupor que era escritor

e pediu entre dentes, para ser meu amigo,

afirmando com focinho de psicopata,

ser um autêntico democrata.

 

como sou tudo menos burro,

aquilo cheirou-me a esturro.

 

logo outro fascista se lhe seguiu,

(isto nunca se viu),

já tinha dois fascistas no prato,

eram fascistas ao desbarato

e a cometerem a filha daputisse

que se eu não os engolisse,

seria um triste esquerdopata

e nada teria de democrata,

 

como sou tudo menos burro,

aquilo cheirou-me a esturro.

 

levantei-me como que cordialmente,

(nestas situações sou muito insolente),

fui buscar um gorda marreta

e sem medos nem receios...

esmaguei-os!

 

Amén!