Afoguei-me em tudo o que não te disse.
Guardei pra mim cada palavra que queria te falar,
desde o “gostei de te conhecer”
até o “eu queria tanto te abraçar”.
E foi tão bom te amar.
Estou imersa no mar que habita em mim,
que escorre pelos meus olhos
toda vez que lembro de ti.
Queria ter dito que, desde que te conheci,
você trouxe o melhor de mim,
e que não sei ao certo
em que momento te perdi.
Queria ter dito que eu te amo,
que quis te pedir pra ficar,
mas já sabia que você tinha decidido ir,
e, de algum modo, parecia estar tudo bem.
Sabíamos que não ia durar,
mas, apesar de tudo,
valeu a pena te amar.
Aquela música sempre me lembra você.
E, quando a escuto, sinto uma pontada no peito
por não poder te dizer
que ainda sinto tua falta.
Mas agora eu entendo:
algumas histórias são belas
justamente porque não duram.
Estou em um mar novamente —
mas, dessa vez,
não quero me afogar.
Quero apenas aprender
a deixar as ondas levarem o que não era pra ficar.