Havia promessas no início,
brilhavam como auroras sobre o peito.
Mas o tempo, esse velho mentiroso,
revelou que eram só ecos vazios.
Hoje, onde antes havia paz,
só mora o silêncio — denso, cansado.
Aprendi que o amor também fere
quando é promessa e não abraço.
A dor se fez casa,
e nela encontrei um espelho:
vi o que restou de mim —
um coração que sangra em silêncio,
mas ainda pulsa,
teimoso, por entre as ruínas.
Há um frio que não vem do inverno,
vem da ausência,
da palavra dita e não cumprida,
da esperança que morre devagar.
E no fim,
é nessa dor que tudo se transforma —
aprendendo que sentir demais
também pode ser o começo do fim.