Brunna Keila

solidão e/ou solitude.

Há dias em que a solidão chega sem bater na porta.

Ela se senta ao meu lado, pesada, e me faz sentir pequena.

É o tipo de presença que não consola —

aperta o peito, lembra o que falta,

faz o tempo andar mais devagar.

 

Mas há outros dias…

em que o silêncio é o meu amigo mais gentil.

Eu me sento comigo mesma e não há dor —

há sossego.

A xícara de café esfria devagar,

e o mundo parece menos urgente.

 

Solidão é quando o coração pede companhia.

Solitude é quando ele aprende a se escutar.

 

Uma dói, a outra cura.

Uma é o vazio da falta,

a outra é o espaço da paz.

 

E talvez crescer seja isso —

descobrir que estar só

não significa estar perdida,

mas, às vezes, finalmente estar em casa.