Em carência escrevo, reativo o sentimento.
Volto ao passado — sentado em um quarto, eu e tu, e aqueles momentos.
Agora, na memória, e mesmo em memória,
minha alma chora e clama:
\"Se pudesse voltar ao passado, evitaria te responder... \'Você me ama?\'\"
Amei por amar.
Mas ao reativar a lembrança, eu sinto —
e sinto da mesma forma que senti aquilo que também vi em pensamento.
\"É TUDO PARANOIA! Eu te amo, e não se vá!\"
Ela chorava longas lágrimas ao mentir.
Pouco depois, a minha paranoia,
se provando verdade,
foi motivo para o para-noir do meu ser.
Agora, num lugar escuro, num beco frio da alma, eu andava.
Era um detetive noir da alma.
Entre mil conexões, eu imaginava:
\"Talvez tenha sido assim... ou talvez assim... ou talvez não tenha sido nada.\"
Enquanto escrevo, reativo a dor.
Penso — e vejo meu próprio eu num reflexo:
meu eu, que agora, sem amor,
escrevendo sobre a dor, pensa:
\"Inútil é esse exercício...\"
Eu escrevo sobre a dor porque não quero enfrentar a parada.
Porque para-dar um fim nisso é abandonar a possibilidade do que poderia ser —
e amores não morrem com o tempo.
Mas agora, escrever é apenas consumir algum veneno.
Já não tem mais utilidade para esses sentimentos...