William Contraponto

Reflexo Desconexo

Reflexo Desconexo

William Contraponto 

 

Não é por amor nem por favor,

É o medo que mantém.

Aparência moldada no pavor

De estar consigo e mais ninguém.

 

Rostos se dobram em disfarces,

Almas se calam no fundo.

Caminha-se em círculos e impasses,

Um vulto preso ao peso do mundo.

 

A verdade arde como chama,

Mas se esconde atrás da muralha.

O coração sabe o que reclama,

O corpo finge e logo falha.

 

Ser livre exige despir-se inteiro,

Aceitar a sombra que nos invade.

O medo é muro, frio carcereiro,

Que nega ao ser sua própria verdade.

 

E quando a máscara enfim cair,

Não restará nada além da essência.

Um ser cansado de fugir,

Sedento de paz, faminto de consciência.