E se a dor for poesia?
As facadas da memória,
que rasgam fundo o peito,
me lembrando que existo?
E se for metapoema?
Todo amor desconhecido,
toda dor que arde as costas
de um pombo tão sofrido?
E se for literatura?
E se minh\'alma vira arte,
o sangue ser pintura,
de um tom vermelho carmim?
E se virar bagunça?
Mistura de tudo enquanto:
poesia, metapoema, literatura...
Ainda assim, minha dor será minha —
e pros outros, serei encanto.
Uma arte bagunçada,
Em forma de um pombo,
Que cita poemas, que não rimam.