Marujo

Nunca é inverno na terra do Sabiá

 

 Punição divina justa; mais que justa, pontual.
Que a terra do sorriso momentâneo,
do prazer inerentemente casual:
não há de chover, não há de nevar.

 

As pegadas afundadas na terra cúmplice
se manterão lá, junto aos detritos de homens e mulheres
que sangraram e doeram,
pra, num novo dia, só acordar;
sem saber de onde vem a enxaqueca
e a culpa estridente de respirar. 

 

Não há renascer,
não há tempo para se recuperar.
Lá fora é tempo novo,
mas se olhar pra cá…
Nunca é inverno na terra do Sabiá.