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A carga do tempo

A carga do tempo

 

A velhice não é um mal,

mas sim uma carga de história e sabedoria,

um livro aberto em páginas gastas,

onde o vento da vida deixou poesia.

 

Cada ruga é um mapa do vivido,

cada olhar, um mar já navegado.

O corpo pesa, é verdade —

mas o espírito, esse, é alado.

 

Nos cabelos brancos mora a aurora

de quem já viu o dia e a noite mil vezes,

e aprendeu que o tempo não devora,

apenas molda as nossas vezes.

 

A velhice é o ouro do instante,

a colheita do que um dia foi semente,

um espelho antigo, mas brilhante,

onde o passado sorri, ainda presente.

 

Matias Santiago, 2022, Ruy Barbosa RN