Lianadesa

Peçonhentas

Quando vivi na ignorância acovardei-me.

Sentada na mesa das serpentes ansiei pelos dias de alienação.

Sinto a ofiofobia natural de me sentir seu alimento.

Em meio à digestão deles, sou cuspida como o resto...

Restou apenas ser entorpecida mais uma vez por seus venenos.

 

Saudades da ignorância adormecida pelo sono eterno.

O saber mata os que não têm escamas.

Em posição de ataque os peçonhentos se preparam.

Munidos do amor aos valores,

Avaliam o potencial das vitimas.

 

Aguardo em meus sintomas às picadas fatais...

Não há soro para o mal de viver entre as serpentes.